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RECANTO DA PROSA

Cantinho dedicado à leitura e à troca de ideias entre os amantes da literatura. Sinta-se em casa!

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Foto do escritorAline Caixeta Rodrigues

Histórias para a quarentena

Atualizado: 8 de mai. de 2020

Dadas as recomendações dos órgãos de saúde de todo o mundo, o consenso é simples: #fiqueemcasa. Quanto menos exposição, menor é a chance de contaminação e disseminação do coronavírus. Muitos não terão o privilégio de fazer isso. Aliás, não temos como agradecer aos médicos, enfermeiros, farmacêuticos, pesquisadores e profissionais da saúde - que estão se expondo diariamente, em plantões cada vez mais exaustivos - por todo o seu empenho (#defendaosus #eudefendoauniversidadepublica). No entanto, se você tem esse privilégio, não custa reiterar: #fiqueemcasa. Faça isso por você, pelos seus familiares e, principalmente, pelos grupos de risco.



Dito isso, não vou me estender demais no assunto. Existem muitas fontes mais capacitadas do que eu com informações sobre a pandemia e seus números assustadores. Também existem muitas dicas do que podemos fazer em microescala para frear a disseminação do vírus e até uma ou outra imagem que aquece o coração: vizinhos fazendo compras para que os idosos não precisem sair de casa, igrejas suspendendo cerimônias e abrindo as portas para acolher moradores de rua, hotéis disponibilizando quartos onde os hospitais já não comportam os doentes, gente comprando quilos de comida e litros de álcool em gel, não para estocar, mas para distribuir. Tem coisa bonita acontecendo também - e precisamos nos lembrar disso para manter a fé em nossa humanidade (#todosportodos).



Nos últimos dias (assim como acredito que a maior parte da população), tenho me sentido à beira de um colapso nervoso. Junta de tudo um pouco: a preocupação com amigos e parentes que estão em áreas de risco, o medo de que a pandemia seja pior do que pensamos, a raiva daqueles que continuam sendo irresponsáveis e deliberadamente egoístas. E é exatamente por isso que decidi fazer esse post.


Cada um tem um jeito diferente de lidar com a ansiedade. Yoga, faxina, meditação, séries, filmes, jogos, livros... Aliás, lembrem-se de que grande parte dos recursos responsáveis por manter a saúde mental de tanta gente durante a quarentena só existem graças aos artistas, tá ok? Não vamos nos esquecer disso quando as coisas se acalmarem (#culturaimporta). No meu caso, sempre foram os livros, as boas histórias. A literatura sempre me salvou do desespero. E foi a ela que, mais uma vez, recorri. Olhando para a estante, na última quarta-feira, acabei me decidindo meio sem pensar por um livro grosso, maravilhoso, de puro encantamento - e decidi que seria ele a me acalentar dessa vez: As 1001 noites.



A ideia era ler sozinha, pra mim mesma, no meu quarto; mas diante de tanta gente tão desesperada quanto eu (ou, é claro, em situações infinitamente piores do que a minha), decidi fazer o que (acho) que sempre fiz de melhor: contar histórias. Dividir o que me encanta. E foi por isso que hoje, no #diadocontadordehistorias, tomei a decisão de deixar de lado o medo das câmeras (nossos medos cotidianos ficaram subitamente tão bobos, não é?) e começar um novo projeto por aqui. A partir de hoje, todas as segundas, quartas e sextas, pontualmente às 18:00, com ou sem público, irei postar vídeos contando as histórias de Sherazade no canal do Recanto da Prosa, no Youtube.


É pouco. Eu sei. É quase nada. Mas é o que sei fazer. É o que posso fazer nessas circunstâncias para manter a calma (#naquarentenaeu). Espero que esse projeto faça algo por você também, que você se permita uma brecha, uma breve suspensão do medo... e que encontre um pouco de encantamento no meio de tudo isso.


Se cuidem, lavem as mãos, fiquem em casa. Estamos separados, mas juntos nessa. <3


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